A Polícia Federal (PF) deflagrou, nesta quinta-feira (08), a operação Tempus Veritatis (hora da verdade, em latim), que investiga a organização criminosa, que teria se formado dentro do governo, responsável por atuar em tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito.
A ação da PF mirou aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro, como Braga Netto, Augusto Heleno, Anderson Torres, Valdemar Costa Neto, Paulo Sérgio Nogueira e Almir Garnier Santos. Foram presos Filipe Martins, ex-assessor do ex-presidente, Marcelo Câmara, coronel do Exército e também ex-assessor, e Rafael Martins de Oliveira, major das Forças Especiais do Exército.
Na decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, que deu início à operação, é apontado que a minuta de golpe discutida junto a comandantes das Forças Armadas pedia novas eleições e a prisão de “diversas autoridades, entre as quais os ministros do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes, além do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco”.
A Polícia Federal acredita que o ex-presidente Jair Bolsonaro teve participação direta na edição da minuta golpista que circulou entre seus aliados após o segundo turno das eleições. Conversas encontradas no celular do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência, sugerem que Bolsonaro ajudou a redigir e editar o documento.
Um desses militares que incentivou o golpe foi o então chefe do Gabinete de Segurança Institucional, General Augusto Heleno. Segundo a investigação, o general Heleno cobrou em reunião feita em 2022 que órgãos do governo deveriam atuar para assegurar a vitória de Bolsonaro nas eleições.
Um mês e meio após as eleições de 2022, o general Braga Netto, candidato a vice na chapa de Bolsonaro, em mensagem trocada com Ailton Barros, também militar, reclamou do então comandante do Exército, general Freire Gomes, por não ter aderido ao golpe, o chamando de "cagão".
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva comentou a operação e disse esperar que a PF não cometa nenhum abuso e apresente o resultado do que encontrar. O petista citou ainda Bolsonaro como um dos responsáveis intelectuais pelos atos golpistas do 8 de Janeiro.
Afinal, qual é o tamanho do impacto político dessa operação para o bolsonarismo? E o quanto o cerco se fecha contra Bolsonaro? É uma questão de tempo a prisão do ex-presidente? No ‘Estadão Notícias’ de hoje, vamos conversar sobre o assunto com a colunista do Estadão e da Rádio Eldorado, Eliane Cantanhêde.
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Apresentação: Emanuel Bomfim
Produção/Edição: Gustavo Lopes, Jefferson Perleberg e Gabriela Forte
Sonorização/Montagem: Moacir Biasi
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