A mensagem não poderia ser mais direta. A 19º edição do Acampamento Terra Livre traz como tema “O futuro indígena é hoje: sem demarcação, não há democracia”. A maior mobilização indígena do país aconteceu nesta semana, em Brasília, e cobrou do governo federal a retomada da política de demarcação de territórios originários, que ficou parada durante o governo anterior.
O caminho para começar já está traçado desde a época de transição de governo. Ainda em dezembro, a Apib (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil) sinalizou 13 terras indígenas prontas para serem homologadas. São territórios que já passaram por todos os processos legais, faltando, apenas, a canetada final do presidente.
Mas o trabalho não para por aí. Segundo o Conselho Indigenista Missionário (CIMI), em 2021, das 1.393 Terras Indígenas no Brasil, 871 (62%) seguem com pendências para sua regularização. Dessas, 598 são áreas reivindicadas pelos povos indígenas que não contam com nenhuma providência do Estado no que se refere ao processo de demarcação.
Para saber como foi o ATL e entender as reivindicações, o podcast ouviu a liderança indígena Ju Kerexu, coordenadora executiva da APIB e da Comissão Guarani Yvyrupa.
Foram ouvidas também as lideranças Piraci Junior Iskukua, da Terra Indígena Rio Gregório, no Acre, e Antonia Gonsalves, da TI Aldeia Velha, no Sul da Bahia, ambos territórios estão na lista dos 13 indicados pela Apib.